segunda-feira, 24 de março de 2008

QUEM SABE...

Secou aquela rosa que me deste
Mas conserva o teu cheiro de ternura!...
Esbateram-se as letras que escreveste
Mas guardo-as na memória da ventura!

Quem sabe se também não esqueceste…
E p’ra ti são poentes de tortura!
Quem sabe quantas mais já me ofereceste
Nas teias do silêncio que perdura?

Se a rosa está seca, meu amor,
Colhamos um jardim todo em flor
E perfumemos nossos corações.

Esquecendo que a vida é uma quimera
E que é sempre difícil a espera,
Não percamos as nossas ilusões!

Fernanda

sexta-feira, 7 de março de 2008

ESPERANÇA

Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês… pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E eu de te possuir sem tu te dares.

Amor, perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.

Fernanda

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

PÉGASO

Pégaso, meu nobre cavalo alado,
deixa-me montar-te e partir p'ro espaço,
domar a quimera que me tolhe o passo,
Qual Belerofonte, nunca derrubado.

Leva-me ao Olimpo, ao Templo Sagrado,
Presta as tuas asas aos versos que faço.
para que eles voem sem sentir cansaço
e o seu percurso seja iliminado.

Dá uma patada e faz água jorrar,
já que eu tenho sede e quero beber
que a fonte de Hipocrene me possa inspirar

e que a minha musa me ajude a escrever
os tais belos versos que eu quero voar,
que não hajam forças que os possam deter.

Fernanda