Secou aquela rosa que me deste
Mas conserva o teu cheiro de ternura!...
Esbateram-se as letras que escreveste
Mas guardo-as na memória da ventura!
Quem sabe se também não esqueceste…
E p’ra ti são poentes de tortura!
Quem sabe quantas mais já me ofereceste
Nas teias do silêncio que perdura?
Se a rosa está seca, meu amor,
Colhamos um jardim todo em flor
E perfumemos nossos corações.
Esquecendo que a vida é uma quimera
E que é sempre difícil a espera,
Não percamos as nossas ilusões!
Fernanda
segunda-feira, 24 de março de 2008
sexta-feira, 7 de março de 2008
ESPERANÇA
Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.
Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês… pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.
Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E eu de te possuir sem tu te dares.
Amor, perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.
Fernanda
Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.
Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês… pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.
Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E eu de te possuir sem tu te dares.
Amor, perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.
Fernanda
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